domingo, 20 de julho de 2008

Operação “Pára tudo! Tô tensa!”

O Rio de Janeiro vive um período de guerra, um período onde o medo domina qualquer sensação de paz, harmonia, amor e esperança. A sociedade vive o paradoxo de uma cidade maravilhosa cercada de bandidos, crianças abandonadas e drogadas, irregularidades e desordem urbana. O que fazer? Chamar a polícia? Será que ela vai perguntar antes de atirar? Será que vai prender, matar ou morrer?

Não é só o cidadão comum que questiona a morte de inocentes, vítimas da violência no Rio. As famílias de policiais militares também querem apoio da sociedade. O irmão do sargento Joel de Almeida Gomes, de 40 anos, que morreu durante um confronto com traficantes na Lagoa, no último dia 17, disse à imprensa que direitos humanos só servem para bandido. Ao responder a esta questão, o diretor da ONG Viva Rio, Rubem César, afirmou que a visão deste irmão acontece porque os ritos dos enterros de militares vítimas da violência são diferentes dos verificados no caso dos civis. Segundo ele, quando morrem civis, os parentes fazem protestos veementes e outras vítimas se reúnem para apoiar. No caso dos militares, a hierarquia e o cerimonial inibem esse tipo de manifestação. Rubem disse ainda que não dá para cobrar de alguém que não tem segurança que lhe dê segurança. “Os policiais no Rio morrem demais e se acidentam demais”, afirmou. (Fonte: O Globo, 19/07/2008)

Em entrevista ao jornal O Globo, a presidente da Comissão de Direitos Humanos OAB-RJ, Margarida Pressburger, disse que a comissão de vítimas formada na entidade tem, entre seus integrantes, parentes de policiais mortos em serviço. Para ela, as causas da violência que atingem os policiais são as mesmas que vitimam o resto da população: a política de segurança adotada pelo atual governo.

Uma outra pergunta que se faz é sobre o salário da polícia. Na última sexta-feira, o governo do estado anunciou que haverá aumento. A folha salarial na Secretaria de Segurança é a segunda maior do estado, só menor que a da educação. O valor do reajuste, ainda não se sabe. Mas, o que a sociedade carioca, e acredito, a brasileira espera é que a segurança dos tempos dos meus avós, quem sabe a dos meus pais (tão recente) volte. Do jeito que está não dá para continuar. E eu continuarei exclamando: Pára tudo! Tô tensa!

Um comentário:

Tecelã disse...

Pois é, Evelyn. Essa visão deturpada do que são direitos humanos complica bastante. E a gente sabe que a mídia não ajuda.
Mas nós, jornalistas conscientes e da turma JPPS, estamos aqui para mudar esse quadro.
Um beijo.