terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Espião Ambiental (O Globo)

O jornal "O Globo" de hoje publicou uma reportagem sobre um satélite que parte hoje para investigar o destino do principal gás do efeito estufa. De acordo com a reportagem, trinta bilhões de toneladas de dióxido de carbono são lançadas na atmosfera a cada ano devido à queima de combustíveis fósseis.

Leia mais na página 17.

Fonte: O Globo

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A dieta do clima

(Publicado no Jornal O Globo, 11/2/2009 - Caderno Ciência - pág. 28)
Coma menos carne e combata o aquecimento Das centenas de dietas criadas nos últimos anos esta, certamente, é a mais politicamente correta de todas: siga seus preceitos e ajude a salvar o planeta do aquecimento global. De quebra, ganhe uma vida mais saudável e, quem sabe, alguns quilos a menos.É a dieta com baixos teores de carne vermelha, no máximo 400 gramas por semana.Se for adotada no mundo todo, calculam especialistas, a redução de emissões de gases-estufa seria da ordem de 10%, uma economia de nada menos que US$ 20 trilhões nos custos do combate às mudanças climáticas — cerca da metade do valor total necessário para tal tarefa em 2050.A diminuição da criação de animais seria uma forma natural de diminuir as emissões e reduzir os investimentos em outras formas mais caras de combate aos poluentes.O estudo realizado por especialistas da Agência de Impacto Ambiental da Holanda concluiu que os hábitos alimentares modernos — calcados numa dieta muito rica em carne vermelha — têm um impacto significativo no aquecimento do planeta.E a redução do consumo de carne bovina, de porco, de frango e ovos criaria um novo sorvedouro de dióxido de carbono.Pode não parecer óbvio de imediato, mas a criação extensiva de animais tem um grande impacto no clima. Em primeiro lugar, porque quanto mais a dieta global for baseada no consumo de carne, maior terá que ser a criação e, portanto, a área que deixaria de ser ocupada por vegetação — que, naturalmente, absorve carbono.A flatulência dos bois e o metanoAlém disso, para alimentar os animais, há uma ampliação no cultivo de grãos, o que geralmente demanda o uso de energia geradora de emissões poluentes. Para se ter uma ideia, a produção de um único quilo de carne bovina demanda o gasto de 15 quilos de grãos e 30 quilos de forragem.Por último, mas não menos importante, há a questão da flatulência.O principal gás expelido pelos extensos rebanhos mundiais é o metano — um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.O grupo responsável pelo novo estudo, coordenado por Elke Stehfest, calculou o impacto do consumo de carne no custo da estabilização dos níveis de CO2 na atmosfera em 450 partes por milhão — um padrão que, segundo muitos cientistas, é necessário para prevenir graves alterações climáticas, como secas frequentes e elevação do nível dos mares.Se os hábitos alimentares não se alterarem, em 2050, para alcançar esse nível de dióxido de carbono, as emissões teriam que ser reduzidas em dois terços , o que custaria aproximadamente US$ 40 trilhões.Mas, se a população mundial passar a seguir uma dieta pobre em carne vermelha — definida como 70 gramas de carne bovina e 325 gramas de frango e ovos por semana — cerca de 15 milhões de quilômetros quadrados de área ocupada pela criação de animais seria liberada para vegetação.As emissões de gases do efeito estufa seriam reduzidas em 10% com a queda do número de animais. Juntos, esses impactos reduziriam em 50% os custos do combate às mudanças climáticas em 2050.Os cientistas sugerem que, para ajudar os consumidores, o custo ambiental da carne — ou o volume de emissões de CO2 e metano por porção — seja incluído nos rótulos.