terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Os recursos hídricos e a relação do povo brasileiro com a água

Será lançado nesta quarta-feira, dia 3 de dezembro, às 19 horas, o livro O Espírito das Águas, de autoria do coordenador do Laboratório de Hidrologia da COPPE, Paulo Canedo, e da jornalista Alba Lírio. O lançamento será no Arte SESC, na Rua Marquês de Abrantes, 99, no Flamengo. A obra aborda a atual situação dos recursos hídricos no Brasil e mostra os fatores culturais e sociais existentes na relação do povo brasileiro com as águas. Após uma breve descrição da importância das águas dos mares no mundo dos séculos XV e XVI, os autores analisam a relação do homem do século XXI com a água doce e a possibilidade do surgimento da indigência hídrica em algumas regiões do planeta.
Canedo e Alba concentram-se também no problema nacional e dão destaque ao maior rio inteiramente brasileiro, o Rio São Francisco, que contem em suas terras as diferentes histórias de abundância e escassez hídrica, de riqueza e de miséria. Somente a Transposição do São Francisco é assunto de dois capítulos do livro, nos quais os autores abordam a tentativa do homem em melhorar o equilíbrio na distribuição natural das águas pelas diversas regiões do país, através dessa polêmica obra de transposição para o semi-árido nordestino.
Para o professor da COPPE, Paulo Canedo, são duas as causas que justificam a sensação mundial de que a água começa a rarear. “Em primeiro lugar, o consumo de água pelo homem cresce continuamente, como uma decorrência do crescimento populacional, da demanda por alimentos e da demanda por bens de consumo industrializados. Além disso, o homem pouco se preocupou com a onda crescente de poluição que ele gerou ao longo de sua existência. Como conseqüência, a quantidade de água doce e limpa diminuiu e a quantidade de pessoas precisando dela cresceu. Daí a sensação de que a água vai desaparecendo”, esclarece Canedo.
A jornalista Alba Lírio, uma estudiosa do folclore e da mitologia brasileira, diz que a possibilidade de uma vida com forte escassez de água já foi abordada em filmes e reflete uma sensação típica do século XX, de que a água doce está desaparecendo da convivência humana. “Essa sensação é falsa e verdadeira, dependendo do ponto de vista com que analisemos. No livro exploramos um pouco essa relação que a civilização teve e terá com a água. Alguma visão da sua importância na economia de um povo e algumas considerações sobre as suas relações sócio-culturais com os povos”, conclui Alba.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Coppe (UFRJ)

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